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Autorregulação Emocional: o segredo para lidares com as adversidades.

marciainescoelho

Atualizado: 31 de jul. de 2021

Imagina-te num engarrafamento, após um longo dia de trabalho, com gente a buzinar furiosamente; a tentar cancelar um contrato através de um serviço de apoio ao cliente que não te atende as chamadas; a ter de lidar, mais um dia, com o queixume permanente daquela colega de trabalho sem noção.


Algumas pessoas irão respirar fundo e seguir o dia normalmente mas, a grande maioria, irá sentir os músculos enrijecerem, os dentes serrar, a respiração acelerar e terá o impulso de abandonar o carro, partir o telefone ou encher a outra pessoa de desaforos.


O que torna algumas pessoas mais bem-sucedidas do que outras ao ter que lidar com este tipo de situações é a capacidade de regularem as suas emoções. Acredita em mim: a regulação emocional é a prática responsável por tornar o teu dia mais leve e a tua resposta à vida mais adaptada e eficaz.


É sabido que as emoções desempenham um importante papel nas nossas vidas: comunicam as nossas necessidades, os nossos limites e frustrações; o que nos entristece e o que nos alegra; o que nos entusiasma e o que nos amedronta. No entanto, temos ainda alguma dificuldade em perceber o que fazer com isso. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o problema não é sentir medo, tristeza ou raiva, mas antes, não nos darmos espaço para reconhecermos as nossas próprias emoções, nomeando-as, aceitando-as (e usando-as quando possível), para depois seguirmos em frente, apesar das circunstâncias.


O que é a autorregulação emocional?


Já reparaste como as piores decisões da vida de qualquer pessoa são tomadas em momentos nos quais a capacidade cognitiva está prejudicada por algum motivo relacionado com…emoções à flor da pele?


A autorregulação é a capacidade de identificar, nomear, compreender e gerir as próprias reações emocionais (por outras palavras, é a destreza de pensar antes de agir!). Dessa forma, evitas uma resposta impulsiva a uma situação que poderia ser facilmente resolvida com diálogo e calma, por exemplo. No entanto, regular-se emocionalmente não se trata de suprimir emoções, mas de ter um novo entendimento sobre como reagir a elas. Percebe como o foco muda e deixamos de ser vítimas das circunstâncias para passarmos a dominar esses indicadores internos, escolhendo reagir em total consciência e controlo.


Prazos e metas para cumprir, reuniões, contas para pagar, a educação dos filhos, as preocupações com a saúde e a família e ainda aquele tempo para poder descansar ou alimentar-se em condições. Todas essas demandas podem gerar stress e um desgaste emocional que causa insegurança, ansiedade, compulsões e depressão. Justamente por isso, deves investir em desenvolver a capacidade de regular a tua experiência e expressão emocional. Aprende a responder, em vez de reagir.



8 práticas para lidares melhor com o que sentes.


Se partimos do princípio de que aquilo que mais varia durante as 24 horas do teu dia é, por certo, os teus estados emocionais, estes provavelmente não serão os teus melhores orientadores. As emoções e sentimentos são fluídos, voláteis, impermanentes, pelo que não são a referência mais credível na qual nos podemos basear para agirmos sem consciência (ou no famoso 'piloto automático'). Por isso, sempre que te deparares com uma emoção desconfortável (que pode gerar reações impulsivas ou agressivas), é importante iniciares um processo de racionalização, para evitares comportamentos prejudiciais. Aqui seguem algumas dicas:


Presta-te (mais) atenção. Percebe que reações físicas específicas surgem, como fica o ritmo do teu coração, a tensão dos músculos e a velocidade da tua respiração. A nível mental, percebe onde está o teu foco, que pensamentos surgem e que diálogo tens contigo mesmo.


Pergunta-te: “por que me sinto/senti assim?” e, se possível, desenvolve a prática de anotar emoções diariamente e que situações as desencadearam. Assim, manterás um registo pessoal que poderás aceder para entender melhor como e por que reages de forma desproporcional a certos eventos.


Aprende a redirecionar as tuas ações (com foco nas soluções). Em muitos casos, o problema não é a pessoa sentir fortes emoções, mas permitir que estas controlem os seus comportamentos de forma extremamente negativa. Procura reinterpretar a situação de forma positiva ou ficares-te de imediato na solução disponível.


Respira fundo. Quando as emoções fogem do controlo, a respiração também fica irregular. Sempre que isso acontecer, respira fundo por um tempo para acalmares mente e corpo. Se possível, usa alguma técnica específica que te ajude a ancorar todos os teus pensamentos no teu corpo (saindo das fantasias mentais que, a essa hora, já estariam a proliferar na tua cabeça!)


Aprende a reconhecer a defensividade (em ti e no outro). Pessoas muito defensivas sentem-se geralmente stressadas, frustradas e levam opiniões ou discussões para o lado pessoal. Lida com a defensividade reduzindo a sensação de ameaça e desenvolve curiosidade sobre o que os outros pensam.


Faz o oposto do que fazes normalmente. Quando detetares um padrão de reação a um conjunto semelhante de situações, para e pensa no que aconteceria se a tua reação fosse oposta. Como as coisas mudariam? Essas mudanças seriam positivas ou produtivas? Se sim, experimenta!


Afasta-te de todas as situações que gerem sentimentos negativos. Se possível, faz o que puderes para mudar a circunstância de forma simples e sem magoar ninguém. Contudo, em alguns casos, eliminar contextos que te são emocionalmente nocivos ou afastares-te de certas pessoas que não têm um contributo positivo para a tua vida, é a melhor resposta de todas.

Procura ajuda de um profissional. Às vezes, até os nossos maiores esforços não geram os resultados que esperamos. Nesse caso, não desesperes. Pode procurar ajuda de um profissional que te ensine ferramentas e exercícios para aprenderes formas positivas de lidar com cada situação, treinando os teus próprios recursos e musculando a tua capacidade de resposta integral e eficaz às situações da vida.


Se for o teu momento, gostaria muito de te ajudar nesse assunto! Um processo de acompanhamento e educação emocional é também um processo de autoconhecimento e empoderamento interior. Contacta-me, se sentires que chegou o momento de crescer emocionalmente!


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